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Redação Bebidas e Afins
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Principal exportador de café do mundo, o Brasil também produz vários grãos de boa qualidade. Entretanto, os brasileiros, que se acostumaram com o fato do Brasil exportar seus melhores grãos, começam, agora, a desfrutar dos diferenciais existentes na categoria e a demonstrar interesse em consumir café de mais qualidade. O relatório Cafés, recém-lançado pela Mintel, revela que 25% dos consumidores de cafés preferem consumir variedades premium à marcas comuns. E parece que o estrato social não é fator determinante para a apreciação de bebidas mellhores. A pesquisa Mintel revela que 29% das pessoas das classes A e B preferem café premium, enquanto esse número é de 23% tanto nos grupos C1/C2 quanto nos D/E.
Pesquisa da Mintel também revela que 84% dos brasileiros relatam beber café. Esse alto uso do produto, com 60% dos adultos afirmando que tomam café diariamente, combinado com a grande população, torna o Brasil o segundo maior mercado para o café no mundo (com um consumo estimado pela Mintel de 1.230.000 toneladas de café em 2012) vindo atrás apenas dos EUA (o maior mercado de café com um consumo estimado pela Mintel de 1.454.000 toneladas para o mesmo ano).
Entretanto, anualmente, o mercado de café brasileiro cresce mais rapidamente que o norte-americano. Provando sua importância, deve ultrapassar o mercado dos Estados Unidos em poucos anos. Enquanto o setor de café aumentou 3,9% no Brasil, em 2012, contra 5,4% nos Estados Unidos, a Mintel estima que os dois países crescerão a uma taxa similar de 4,4% em 2016. Ao mesmo tempo que o Brasil tem uma das maiores taxas de consumo per capita do mundo (6,31 kilos por pessoas comparado aos 4,62kg dos Estados Unidos e 2,77 do Reino Unido, em 2012) a pesquisa da Mintel destaca que os brasileiros, de fato, gastam pouco com café (US$ 18,17 por pessoa no Brasil comparado a US$ 30,79 nos Estados Unidos, em 2012) indicando que o café no país é visto simplemente como uma commodity barata _ algo que a Mintel projeta como uma mudança.
“À medida que os brasileiros se tornam mais exigentes em relação ao café que bebem, os melhores grãos arábicas do país servirão _ ao invés de serem exportados _ para suprir a demanda interna. Como o mercado global depende imensamente do fornecimento de grãos arábicas do Brasil, e em período de crescimento da demanda mundial, isso pode ocasionar elevação do preço global do café”, explica Jonny Forsyth, analista global do setor de bebidas da Mintel.
A expansão das cafeterias, muitas vezes, representa um dos principais fatores para o desenvolvimento da demanda por cafés gourmet ou especiais. Os consumidores muitas vezes têm seu primeiro contato com cafés gourmets nesses locais. Por sinal, 32% dos consumidores que afirmam preferir café premium às marcas comuns dizem consumi-las em uma cafeteria. Esse número cai para 30% em um bar ou padaria, 27% em um restaurante e 25% em casa. Enquanto os consumidores que frequentam cafeterias são mais atraídos por café premium, eles também são mais abertos à experimentação, já que 38% dos consumidores nesses locais dizem: “eu gosto de experimentar novas marcas de café, além do que eu costumo comprar.”
"O Brasil tem tradicionalmente fornecido o mundo com grãos de café de alta qualidade, mas agora a indústria começa a vislumbrar novos clientes: os próprios brasileiros. Cafeterias, nesse contexto, representam um dos principais propulsores da mudança de atitude na categoria, já que muitos consumidores são influenciados pelo que experimentam nesses locais. Devido ao café ser visto como um produto com pouca ou nenhuma diferenciação, os consumidores muitas vezes têm seu primeiro contato com variedades especiais nas cafeterias, as quais estimulam a experimentação ", explica Lucas Marangoni, analista sênior do setor de bebidas da Mintel.
Ao contrário dos padrões normais da categoria, com café em geral registrando maior penetração entre os consumidores com mais idade (93% dos consumidores com mais de 55 anos de idade afirmam que consomem café, em comparação com 74% daqueles de idade entre 16 e 24 anos ), o uso de maior valor agregado da bebida é maior entre os consumidores mais novos e diminui entre os grupos etários mais velhos. Por exemplo, 12% dos consumidores jovens (com idade entre 16 e 24 anos) dizem que consomem cafés especiais gelados, em comparação com 5% no grupo de idade entre 45-54 anos de idade.
"Considerando que o futuro, a longo prazo da categoria, depende dos grupos etários mais jovens, é essencial que o mercado engaje esse público para visar ganhos no futuro. Produtos adaptados aos seus gostos _ com foco em praticidade, inovação de sabores e posicionamento pertinente ao universo deste segmento _ representam os principais caminhos para introduzir os jovens à categoria,” afirma Marangoni.
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