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Redação Bebidas e Afins
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Autora: Luciana de Paula Arantes
Se é uma coisa que se aprende na Bélgica é que cerveja é coisa séria. Sua importância se traduz na imponência da sede da corporação dos cervejeiros, construída entre 1695 e 1698 na Grande Praça de Bruxelas. O prédio abriga, além dos escritórios onde mestres cervejeiros se reúnem até hoje para defender os interesses do setor, um pequeno museu de apenas duas salas.
“Estupidamente gelada? Nem pensar! A pils deve ser bebida em torno de 2 graus”, diz Van Leemput, responsável do pub no subsolo do museu. Ele completa que a Bélgica tem mais de 600 marcas, talvez até mais se forem levadas em conta as produzidas sob encomenda e que podem ser comercializadas com embalagens e nomes diferentes.
Uma das especialidades da Bélgica é a cerveja trapista, com o mesmo nome da ordem religiosa. Atenção para não confundir com cervejas de abadias, que utilizam nomes de mosteiros existentes ou não e que são feitas por cervejarias independentes, muitas de forma industrial.
Hoje, existem no mundo apenas sete marcas de cervejas trapistas, das quais seis são produzidas na Bélgica. Os trapistas são monges beneditinos cenobitas, ou seja, vivem em comunidade, em grande austeridade e respeitam o princípio fundamental da regra de São Bento: “ora et labora” (reza e trabalha).
Westvleteren, a melhor
Reconhecida em 2005 como a melhor cerveja do mundo, a Westvleteren é produzida no monastério de Saint Sixte. Os religiosos, que fazem voto de silêncio, decidiram não aumentar a pequena produção, de 4,8 mil hectolitros/ano, que acreditam ser suficiente para suprir as necessidades do monastério.
Como o silêncio é de ouro, a Westvleteren não faz publicidade nem marketing. Para completar, nem tem rótulo. As vendas, restritas a particulares, são feitas com data marcada e é preciso reservar, já que a procura é muito superior à oferta.
É uma loja discreta, longe da confusão dos turistas da Grande Place. A quantidade de artigos de todos os jornais do mundo na parede indica que se trata de um bom endereço, e o patrão exibe com orgulho a dedicatória de um cliente famoso: George W. Bush. A Beer Mania é especializada em cervejas artesanais, cujos preços médios giram em torno de 3 euros, produzidas exclusivamente na Bélgica e garimpadas pelo proprietário, Michael Eftekhari.
“Quando comecei, em 1983, os pequenos mestres cervejeiros vendiam sua produção localmente. Quase todos ficavam surpresos de ver chegar alguém da capital interessado em seus produtos. De qualquer maneira, não vendo aos clientes o que eu não beberia.” “A vida é curta para se perder tempo tomando cerveja de má qualidade,”completa Michael.
Faz sete anos, esse connaisseur decidiu se lançar na produção de sua própria cerveja, Mea Culpa, feita com 10 diferentes ingredientes. “De uns tempos para cá, as cervejas se tornaram cada vez mais adocicadas para agradar à demanda do público em geral. E eu sentia falta de um sabor um pouco mais equilibrado,” diz. “A temperatura da bebida é essencial. Quando você bebe uma cerveja muito gelada as papilas gustativas se fecham fazendo com que o sabor desapareça e você não sinta a porcentagem de álcool que está tomando.”
Michael, que faz questão de dividir com o público sua paixão pela cerveja, organiza regularmente degustações no pequeno pub montado nos fundos da loja. “Cada tipo de cerveja tem que ser bebida na temperatura certa e cada uma tem um copo especialmente desenvolvido para ela. Uma boa cerveja deve ser bebida entre 12 e 14 graus. Tradicionalmente, a garrafa deve sempre ser apresentada ao cliente, ainda com ainda alguns dedos do líquido no interior. Isto impede que os sedimentos residuais se misturem à bebida. É questão de gosto. Tem gente que aprecia”, explica. Mas é o cliente quem decide se vai beber até o finalzinho ou não.
Serviço:
Entrada do museu: 5 euros com direito a copo da cerveja do dia
Clique aqui para conferir o link original
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